![hegel.jpg](https://static.wixstatic.com/media/a687fc_1705409fbdd84cc5a098237cd0e72f4c~mv2.jpg/v1/fill/w_687,h_161,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/hegel.jpg)
Os espectros de Hegel: para uma introdução não canônica ao texto hegeliano
Ministrado pelo Prof. Dr. Douglas Rodrigues Barros
Lattes:http://lattes.cnpq.br/3096579555934934
INFORMAÇÕES BÁSICAS:
-
Aulas segunda semana de fevereiro – das 19h30 às 22h00
-
5 encontros. De 10 à 14 de fevereiro 2025
-
Carga horária total: 12h.
-
Valor 300,00
Ementa
Para a imensa maioria dos comentadores, em pouco mais de duzentos anos de hegelianismo, Hegel, curiosamente, assim como Platão, sofreu de uma suposta dissociação radical entre a objetividade e a subjetividade, entre a concretude das relações e a das ideias. Tornou-se, nas diversas recepções que se fizeram ao redor do mundo, um idealista empedernido que concebia a realidade como um produto do Espírito ou como um acúmulo da quantidade que permitiria o salto qualitativo. Além de glorificar o Estado prussiano como perfeito trabalho de Deus e finalidade da história humana, seria aquele que abriu passagem para o totalitarismo. Nos pedregosos caminhos da recepção de sua obra, foi o cachorro-morto favorito – como o chamava com carinho Lenin e, do outro lado do espectro político, Popper – a ser chutado por gregos e troianos. Filósofo do sistêmico, grande parte de sua teoria foi lida como uma ideia de progresso teleológico, algo do qual ele próprio foi o mais ardoroso crítico.
Demorou muito tempo para que uma nova e vigorosa abordagem do pensamento de Hegel pudesse nascer. Na verdade, ela surge paralelamente ao colapso da noção de progresso moderno. É justamente quando uma noção de teleologia – que nos levaria para o reino celeste da falta de contradição e de alienação – verte-se no seu contrário, que o pensamento de Hegel deixa de ser uma escora de diversos filósofos e passa a ser analisado a partir de si próprio. O presente curso visa apresentar uma leitura de Hegel que faça coro com essa abordagem e retire do horizonte interpretativo do leitor os lugares comuns estabelecidos pela tradição do hegelianismo.
O objetivo central é promover uma leitura que ponha em xeque as noções de tese, antítese e síntese, de salto qualitativo conjunto com um horizonte finalista e fechado na obra de Hegel. Acompanhados de críticos e críticas, "nossos Virgílios", como Catherine Malabou, Alenka Zupancic, Rebecca Comway, Alain Badiou, Slavoj Zizek, Terry Pinkard, Vladimir Safatle, Frank Ruda, Gerard Lebrun, Ruy Fausto, Silvio Rosa e Paulo Arantes, iremos nos debruçar sobre a abertura promovida pelo pensamento hegeliano no qual, vale repetir, o “fim é só o começo.”
Enfim, essa introdução ao pensamento de Hegel tem como finalidade refletir sobre sua recepção e o modo como uma nova leitura de sua obra é determinante para fornecer arsenal crítico que permita pensar questões urgentes, tais como: identidade, diferença, Outro, não-idêntico, política, Estado, etc., mais do que um exercício supostamente ocioso de exegese, o curso faz uma apresentação de conceitos chaves porque parece-nos – essa é a aposta – que a obra de Hegel continua sendo um manancial para pensar as relações atuais. Não somos ingênuos para apostar numa leitura definitiva de Hegel, mas também não devemos ceder à tentação da repetição acrítica de lugares comuns. Esse é o objetivo: fornecer ao leitor elementos para uma abordagem não unidimensional de sua obra.
AULA 1 – A experiência como matriz prática do pensamento
- Da ahistoricidade à violência da história
- O trabalho como mediação
- A desgraçada história como finalidade do tempo
AULA 2 – O estúpido espírito
- A reconciliação como compreensão da negatividade
- O universal como mediação da unilateralidade
- A descoberta da limitação do saber
AULA 3 – A finitude infinita
- O grau zero sempre buscado
- A qualidade reside na oposição e não no acúmulo
- Para além das antinomias
AULA 4 – Estado do entendimento ou sociedade burguesa
- A tensão entre Estado e sociedade civil como constitutiva
- Destruição criativa permanente
- A populaça (Pöbel) como verdade do Estado e da Sociedade Civil
AULA 5 – Aufhebung sem redenção
- Não há finais felizes
- A suprassunção aberta
- Totalidade em devir
- O sentido de formação
- Plasticidade e devir do conceito
- Uma dialética sem método
AS AULAS SERÃO MINISTRADAS ONLINE ATRAVÉS DO GOOGLEMEET
Certificado será disponível aqueles que cumprirem 70% da carga horária
TURMAS ABERTAS